E eu só quero dar um tiro na sua cabeça pra ver seus olhos fecharem, sua boca se abrir e teu sangue carmesim escorrer na tua blusa branca que você chama de paz…
Tem dias que tudo que eu quero e um tiro na cabeça
Eu o olho no espelho e sussurro: decifra..
Meu reflexo responde: devora...
Às vezes eu sou um louco, e quero estraçalhar você
Cravar meus dentes no teu pescoço macio
E rasgar com unhas teu dorso e flanco, às vezes só quero devorar você...
Por que eu sou um louco,
Os corvos não param de gritar meu nome
E as gralhas malditas vêm bicar meus olhos...
Às vezes olho pra você e você parecer um cadáver
Com teu corpo alvo e frio
Parece a lebre estraçalhada pela pata do urso...
Que animal inútil e você...
Fico vendo os vermes saírem pela tua boca fétida
Num pulsar frenético sob tua pele,
Um vai e vem demoníaco...
Se coloco meu ouvido colado no teu peito
Não e um coração que ouço,
Só escuto os vermes do teu peito apodrecido...
Mas você, assim tão morto, tem um sorriso-esboço
Que me faz sorrir,
Maldito...
Você e meu absinto e eu já não sinto mais nada sem você
E com você sinto minha desgraça acontecer...
Porque te amo, na minha podre síndrome de Estocolmo...