domingo, 31 de julho de 2011

Capitulo II A Historia de Aeth Braam C. Oliver



Ano 3006 do calendário de Gaia_ ano do Escorpião

Aeth Braam é um humano é um humano incomum tinha seus 16 anos e uma alma surpreendentemente boa, e ao mesmo tempo assombrosamente ruim. Ele tinha os cabelos pretos e lisos que encobriam parcialmente seus grandes olhos negros. Era alvo e tímido como um láparo. Sua boquinha rosada e delicada fazia-o parecer uma menina, mas não era. Ele amava pintar, pintava seus sonhos, seus desejos e seus medos. Sua mãe era uma bruxa, seu pai um musico que ficou cego aos vinte e poucos anos. O nome de sua mãe era Mennys, mas todos na vila a chamavam de Bruxa. Seu pai se chamava Tiller Oliver, era um ser pleno, e por isso muito invejado. Os plenos são seres que não pertencem nem ao bem nem ao mal, estão acima dos domínios de Onaime e de Ganamazu. Poucos são os seres que atingem este estado, e quando o fazem recebem uma marca, uma cicatriz vertical sobre o olho direito como sinal de plenitude. Ao se atingir a plenitude o ser também é amenizado do sofrimento da morte. Recebe o direto de viver por 300 anos, e após isso morre calmamente, permanecendo nesse estado por 300 anos para assim surgir de novo, com sua memória ainda intacta.
Existe uma punição para quem matar os plenos, que consiste em ser levada direta a presença do Demônio Original, que o lança aos domínios das trevas e no sofrimento impostos pelas berras.

Aeth tem sonhos estranhos, onde se comunica com as criaturas mágicas. Ele pode falar com o vento e ver o futuro refletido na água. Ganamazu que a séculos não aparecia aos homens surgiu diante de Aeth e lhe presenteou com um baralho, o baralho das cartas Sellinas. Estas cartas quando expostas aos diferentes elementos naturais podem invocar ferras terríveis ou criaturas dóceis. Ganamazu não disse a Aeth o porquê do presente, apenas surgiu diante dele na floresta e o entregou. No momento em que ele recebeu o baralho passou a enxergar as criaturas mágicas que estavam escondidas debaixo do véu sagrado na floresta.

A família Oliver morava na vila Raytari, que era governada pelos religiosos do templo de Ganamazu. As pessoas tinham medo dos poderes da bruxa, mesmo se sabendo que ela jamais fez algo de mal contra qualquer pessoa da vila. Com o tempo começaram a conspirar contra ela e seu marido, logo a igreja se envolveu. A bruxaria passou a ser condenada e Mennys foi logo sentenciada à morte na fogueira...

Ano 3007 _ ano do cavalo

Mês de abril, dia 13. Aeth completou 17 anos nesse dia. Nesse mesmo dia sua mãe foi levada a fogueira. Aeth foi trancado numa sela, de onde podia ver a fogueira sendo preparada envolta de sua mãe. Mennys exibia um sorriso tenro no rosto, seus cabelos estavam embaraçados e marcas roxas pelo seu corpo evidenciavam um espaçamento que ocorrera antes de ser amarrada na fogueira. Seu marido havia desaparecido. Aeth gritava dentro da sela, mas ninguém lhe dava atenção, havia no olhar das pessoas uma crueldade de diversão na morte da Bruxa. A noite chegou, a lua esta cheia, bem no meio do céu iluminando toda a vila.

O vento veio aos ouvidos de Aeth que já estava em prantos e lhe pediu que ficasse calmo. Ele pode ouvir um breve sussurro que lhe dizia para usar seu baralho mágico. Todos da vila, sem exceção das mulheres e crianças ajudaram na construção da fogueira. O bispo lançou o fogo à lenha. Mennys chorava muito e gritava desesperada. No meio do desespero, as chamas consumindo seu povo Tiller apareceram caminhando nas chamas. Foi ate sua amada esposa, a beijou os lábios e a abraçou, logo a chama fez seus corpos se desmancharem. O povo da vila, si divertia, bebia e dançava. Mas algo os fez calar, por um tempo, para depois fazê-los gritar em desespero. Tiller estava morto, e isso implicava numa punição sobre toda a vila: Ser lançada ao Demônio original. Quando se deparam com esta verdade enlouqueceram, procuraram o bispo, mas o mesmo se recusou a se pronunciar. Meia noite, os animais noturnos anunciavam que um novo o fim de um dia e o inicio de outro. As trevas cobram o lugar, ouve-se um barulho estridente e agudo que faz as pessoas caírem em dor. Aeth tira uma de suas cartas do baralho, nela vê a figura de um crânio com asas de borboleta e cauda de escorpião. Sopra um vento frio sobre a carta e faz a criatura surgir diante de si. A enorme caveira borboleta faz as paredes da cela se romper. Aeth entra na boca da caveira e voa para longe. A ultima coisa que ele vê e o fogo consumindo toda vila.

Pouco depois da saída de Aeth Braam da vila, as Beras chegam, o Demônio Original condenou todos da vila pela morte de Tiller, eles ficaram amaldiçoados e permanecerão eternamente presos numa trama de morte e torturas na vila. Não mais como seres vivos, mas como fantasmas sofredores. Os gritos dos habitantes da vila ecoavam em todas as noites de lua cheia, e eram completamente apagados nos outros dias, onde a vila simplesmente desaparecia congelada sobre o véu da magia.

(...)

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